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Terça-feira, 14 de setembro de 2021: um dia dedicado à inclusão

  • 15 de setembro de 2021

Painel: “Inclusão no Mercado de Trabalho”; em destaque palestras de Sílvia Greco e Célia Leão, com projetos de inclusão e desafios da empregabilidade das pessoas com deficiência

“Inclusão no Mercado de Trabalho” na Semana do Técnico Industrial: “O Mundo Pós-Pandemia”, disponível na íntegra no YouTube

Inserção, integração, envolvimento, participação. Não faltam adjetivos para a palavra inclusão, mas será que a prática caminha junto com a retórica? Será que todos os técnicos estão sendo incluídos no mercado de trabalho, sobretudo nesse cenário desafiador de um mundo pós-pandêmico? Esse é o tema trabalhado no painel “Inclusão no Mercado de Trabalho”, da Semana do Técnico Industrial: “O Mundo Pós-Pandemia”. A abertura ficou por conta do vice-presidente José Avelino Rosa, que manifestou sua alegria e satisfação pelas palestras impactantes do dia anterior, destacou que infelizmente preconceitos de idade ainda permeiam a sociedade e passou a palavra à psicóloga Fran Winardy palestrar sobre “Etarismo no Mercado de Trabalho”. “Minha batalha é contra o preconceito etário, contra o etarismo nas organizações”, inicia a palestrante e pesquisadora que, aliás, apresentou os resultados de uma pesquisa realizada junto à comunidade técnica – a título ilustrativo, 56,3% dos entrevistados dizem que nunca foram desconsiderados de processo seletivo por causa da idade, enquanto 43,7% responderam o contrário. Ela também falou sobre os principais “alimentos” do etarismo nas organizações, como o paradoxo de se pensar que o jovem tem mais talento – uma falácia, segundo ela –; a importância de mesclar as equipes para obter melhores resultados; e preciosas dicas para realocação no mercado de trabalho. A palestra na íntegra pode ser conferida no canal do CRT-SP no YouTube.

Representante da área de recursos humanos da Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS), Karina Nogueira e Silva explanou sobre diversidade e projetos de inclusão na empresa, esclarecendo a diferença entre igualdade e equidade. “É um pressuposto universal que todo mundo é diferente; todos temos necessidades, qualidades e talentos diferentes”, explica, indicando alguns motivadores para promover a igualdade, como meritocracia, aliada ao desempenho e integridade; respeito à vida, ao próximo e ao meio ambiente; adequação da empresa à legislação que ampara as pessoas com deficiência; e, justamente, promover a diversidade e igualdade de condições.

Entidade voltada ao desenvolvimento de projetos de inclusão e acessibilidade para empresas e órgãos públicos, a AME-SP esteve representada pelo fundador e presidente José Araújo Neto, que teve como tema de sua palestra a “Educação Inclusiva na Construção de Identidades”. “A inclusão social vai muito além das pessoas com deficiência, é também uma questão de cidadania e respeito”, explica o também psicólogo. Ele ainda explanou sobre educação inclusiva, que se traduz como uma concepção contemporânea de ensino com o objetivo de garantir o direito de todos à educação, pressupondo a igualdade de oportunidades e a valorização das diferenças humanas.

Instituições de ensino – Parceiros do CRT-SP em diversas ações de fomento ao ensino e ao setor técnico, as principais instituições de ensino técnico do país também marcaram presença no evento: o Instituto Federal de São Paulo (IFSP), o Centro Paula Souza (CPS) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-SP). Diretor adjunto educacional do IFSP de Suzano, Wagner Roberto Garo Junior destacou em “Desafios para a Capacitação de Docentes” que, ao longo dos anos, felizmente a instituição tem recebido muitos alunos – PCDs e TEAs – em cursos técnicos e superiores; por isso, naturalmente há necessidade de uma estrutura para acolhimento, com coordenadoria sociopedagógica, núcleo de atendimento, comissão de apoio pedagógico e equipe de formação continuada.

Além de cases e projetos de inclusão, a professora Sonia Mardelei Rodrigues Charpentier, do CPS, apresentou algumas mudanças que se fizerem necessárias em decorrência da pandemia: capacitação de docentes, adequação das aulas presenciais para remotas, manutenção dos profissionais especialistas, interação entre os jovens e metodologias alternativas. “Entendemos que um dos fatores que pode influenciar na formação integral dos nossos jovens, com ou sem deficiências, é a forma como concebemos e lidamos com as diferenças no ambiente de ensino, na comunidade e sociedade”, reflete.

Por sua vez o professor Helvecio Siqueira de Oliveira, do SENAI-SP, palestrou sobre “Tecnologias Assistivas: uma Conexão com o Mundo do Trabalho”. Para simplificar o conceito, tecnologia assistiva pode ser definida como recursos e condições criadas para ajudar pessoas com deficiência, ampliando suas habilidades e proporcionando inclusão na sociedade e no ambiente de trabalho. Diante desse contexto, no decorrer de sua apresentação ele trouxe alguns exemplos de projetos desenvolvidos por estudantes de cursos técnicos, sempre com olhar associado à inclusão social.

Sílvia Grecco e Célia Leão – Para abordar o tema “Políticas Públicas”, o CRT-SP convidou a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Responsável pela primeira pasta, Sílvia Grecco viralizou ao narrar jogos do Palmeiras no para o filho, deficiente visual e autista; e é no exemplo que vem da própria família que ela desenvolve projetos como gestora pública. “Meu filho Nickollas tem duas deficiências e é lógico que isso aumenta ainda mais nossa responsabilidade, pois pensamos em fazer para todos aquilo que eu gostaria que meu filho também tivesse oportunidade”, atesta. De acordo com a secretária, “não faltam esforços da nossa parte, da sociedade civil e outros secretários para que sejam desenvolvidos projetos realmente inclusivos na cidade”; inclusive, alguns projetos de empregabilidade já estão implantados para que as pessoas com deficiência sejam inseridas no mercado de trabalho.

Ex-deputada estadual, Célia Leão tornou-se exemplo de como uma pessoa com deficiência, com apoio e suporte, consegue vencer e se fazer presente na sociedade e a diferença na vida de outras pessoas em condições similares. Ao falar sobre os desafios da empregabilidade no pós-pandemia, ela defende a ideia de inserir as pessoas com deficiência no mercado de trabalho de forma natural, mas com compromisso de atender à legislação que lhes assiste o direito ao trabalho – referindo-se à lei de cotas. Com dados estatísticos de 2019, ela expôs o resultado de uma pesquisa indicando que somente
1,10% dos brasileiros com deficiência estavam empregadas formalmente na época; no estado de São Paulo, o índice era um pouco maior, mas não muito: 1,22%. Entre as principais barreiras à inclusão profissional da pessoa com deficiência, ela aponta aspectos como visão assistencialista e de incapacidade, vagas não compatíveis com habilidades funcionais, processo de seleção nem sempre equitativo, pouco conhecimento de tecnologias assistivas, entre outras.

Antes do encerramento das atividades do dia com as considerações finais do vice-presidente José Avelino Rosa, os palestrantes reuniram-se numa mesa de debates virtual para responder perguntas e ampliar as discussões sobre inclusão.

Tenha acesso a todo o conteúdo segundo dia Semana do Técnico Industrial: “O Mundo Pós-Pandemia” pelo canal do CRT-SP no YouTube.

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Inserção, integração, envolvimento, participação. Não faltam adjetivos para a palavra inclusão, mas será que a prática caminha junto com a retórica? Será que todos os técnicos estão sendo incluídos no mercado de trabalho, sobretudo nesse cenário desafiador de um mundo pós-pandêmico? Esse é o tema trabalhado no painel “Inclusão no Mercado de Trabalho”, da Semana do Técnico Industrial: “O Mundo Pós-Pandemia”. A abertura ficou por conta do vice-presidente José Avelino Rosa, que manifestou sua alegria e satisfação pelas palestras impactantes do dia anterior, destacou que infelizmente preconceitos de idade ainda permeiam a sociedade e passou a palavra à psicóloga Fran Winardy palestrar sobre “Etarismo no Mercado de Trabalho”. “Minha batalha é contra o preconceito etário, contra o etarismo nas organizações”, inicia a palestrante e pesquisadora que, aliás, apresentou os resultados de uma pesquisa realizada junto à comunidade técnica – a título ilustrativo, 56,3% dos entrevistados dizem que nunca foram desconsiderados de processo seletivo por causa da idade, enquanto 43,7% responderam o contrário. Ela também falou sobre os principais “alimentos” do etarismo nas organizações, como o paradoxo de se pensar que o jovem tem mais talento – uma falácia, segundo ela –; a importância de mesclar as equipes para obter melhores resultados; e preciosas dicas para realocação no mercado de trabalho. A palestra na íntegra pode ser conferida no canal do CRT-SP no YouTube.

Representante da área de recursos humanos da Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS), Karina Nogueira e Silva explanou sobre diversidade e projetos de inclusão na empresa, esclarecendo a diferença entre igualdade e equidade. “É um pressuposto universal que todo mundo é diferente; todos temos necessidades, qualidades e talentos diferentes”, explica, indicando alguns motivadores para promover a igualdade, como meritocracia, aliada ao desempenho e integridade; respeito à vida, ao próximo e ao meio ambiente; adequação da empresa à legislação que ampara as pessoas com deficiência; e, justamente, promover a diversidade e igualdade de condições.

Entidade voltada ao desenvolvimento de projetos de inclusão e acessibilidade para empresas e órgãos públicos, a AME-SP esteve representada pelo fundador e presidente José Araújo Neto, que teve como tema de sua palestra a “Educação Inclusiva na Construção de Identidades”. “A inclusão social vai muito além das pessoas com deficiência, é também uma questão de cidadania e respeito”, explica o também psicólogo. Ele ainda explanou sobre educação inclusiva, que se traduz como uma concepção contemporânea de ensino com o objetivo de garantir o direito de todos à educação, pressupondo a igualdade de oportunidades e a valorização das diferenças humanas.

Instituições de ensino – Parceiros do CRT-SP em diversas ações de fomento ao ensino e ao setor técnico, as principais instituições de ensino técnico do país também marcaram presença no evento: o Instituto Federal de São Paulo (IFSP), o Centro Paula Souza (CPS) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-SP). Diretor adjunto educacional do IFSP de Suzano, Wagner Roberto Garo Junior destacou em “Desafios para a Capacitação de Docentes” que, ao longo dos anos, felizmente a instituição tem recebido muitos alunos – PCDs e TEAs – em cursos técnicos e superiores; por isso, naturalmente há necessidade de uma estrutura para acolhimento, com coordenadoria sociopedagógica, núcleo de atendimento, comissão de apoio pedagógico e equipe de formação continuada.

Além de cases e projetos de inclusão, a professora Sonia Mardelei Rodrigues Charpentier, do CPS, apresentou algumas mudanças que se fizerem necessárias em decorrência da pandemia: capacitação de docentes, adequação das aulas presenciais para remotas, manutenção dos profissionais especialistas, interação entre os jovens e metodologias alternativas. “Entendemos que um dos fatores que pode influenciar na formação integral dos nossos jovens, com ou sem deficiências, é a forma como concebemos e lidamos com as diferenças no ambiente de ensino, na comunidade e sociedade”, reflete.

Por sua vez o professor Helvecio Siqueira de Oliveira, do SENAI-SP, palestrou sobre “Tecnologias Assistivas: uma Conexão com o Mundo do Trabalho”. Para simplificar o conceito, tecnologia assistiva pode ser definida como recursos e condições criadas para ajudar pessoas com deficiência, ampliando suas habilidades e proporcionando inclusão na sociedade e no ambiente de trabalho. Diante desse contexto, no decorrer de sua apresentação ele trouxe alguns exemplos de projetos desenvolvidos por estudantes de cursos técnicos, sempre com olhar associado à inclusão social.

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Ex-deputada estadual, Célia Leão tornou-se exemplo de como uma pessoa com deficiência, com apoio e suporte, consegue vencer e se fazer presente na sociedade e a diferença na vida de outras pessoas em condições similares. Ao falar sobre os desafios da empregabilidade no pós-pandemia, ela defende a ideia de inserir as pessoas com deficiência no mercado de trabalho de forma natural, mas com compromisso de atender à legislação que lhes assiste o direito ao trabalho – referindo-se à lei de cotas. Com dados estatísticos de 2019, ela expôs o resultado de uma pesquisa indicando que somente
1,10% dos brasileiros com deficiência estavam empregadas formalmente na época; no estado de São Paulo, o índice era um pouco maior, mas não muito: 1,22%. Entre as principais barreiras à inclusão profissional da pessoa com deficiência, ela aponta aspectos como visão assistencialista e de incapacidade, vagas não compatíveis com habilidades funcionais, processo de seleção nem sempre equitativo, pouco conhecimento de tecnologias assistivas, entre outras.

Antes do encerramento das atividades do dia com as considerações finais do vice-presidente José Avelino Rosa, os palestrantes reuniram-se numa mesa de debates virtual para responder perguntas e ampliar as discussões sobre inclusão.

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