CRT-SP reúne-se com presidente e vice-presidente do CRT-RS, para abordagem da matriz energética hidrogênio verde, com vistas a propiciar capacitação gratuita para os profissionais técnicos

Representantes do CRT-SP e do CRT-RS reunidos em São Paulo; reunião tem o hidrogênio verde como foco 

Considerando o potencial do país para se tornar protagonista em produção de energia a partir de fontes renováveis, nos últimos anos o hidrogênio verde, produzido a partir da eletrólise da água sem emissão de carbono, tem ganhado destaque como alternativa sustentável para a transição energética e é assunto recorrente em eventos e reuniões com a presença do Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Estado de São Paulo (CRT-SP). Foi um dos focos, por exemplo, do Seminário Nacional dos Técnicos Industriais (SENATEC), realizado no mês de setembro de 2024 em Vitória (ES); e do Sou CRT: Programa de Cultura Organizacional, com ciclo de palestras sobre Environmental, Social and Governance (ESG), realizado em dezembro de 2024 na capital paulista – em ambos, as palestras foram ministradas pelo professor, Elemar Schneider.

De volta à mesa de discussões, no dia 10 de março de 2025, o CRT-SP recebeu o vice-presidente do Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Rio Grande do Sul (CRT-RS), acompanhado do presidente, Luiz Antonio Castro dos Santos, para uma reunião voltada a tratativas preliminares com o intuito de viabilizar, a partir da inauguração do Centro de Inovação e Valoração Profissional Técnica no Parque de Inovação Tecnológica São José dos Campos (PIT SJC), capacitação gratuita – online e presencial – sobre o hidrogênio verde.

Presidente do CRT-SP, Gilberto Takao Sakamoto abriu a reunião com boas-vindas e agradecimentos, passando a palavra ao presidente do CRT-RS, que elogiou a iniciativa em levar à sociedade e aos profissionais técnicos informações e esclarecimentos importantes, uma vez que a transição energética gerará muitas oportunidades de serviços e valorização aos profissionais inseridos no Sistema CFT/CRTs.

Elemar Schneider usou sua experiência no setor de energia renovável para explanar, especialmente, sobre o hidrogênio verde que, apesar do investimento ainda ser considerado alto, faz-se essencial diante da necessidade eminente de redução da emissão de gás carbônico na atmosfera; ou seja, a substituição dos combustíveis fósseis – petróleo, gás natural, carvão mineral – por fontes renováveis – solar, eólica e, naturalmente, o hidrogênio verde.

Elemar Schneider: “Na Europa, os técnicos estão recebendo ‘retreinamentos’, tamanha a necessidade de fortalecer essa cadeia energética” 

Segundo o especialista, diversos países têm investido em tecnologia e infraestrutura pensando no futuro; e os profissionais técnicos precisam estar devidamente preparados. “Na Europa, os técnicos estão recebendo ‘retreinamentos’, tamanha a necessidade de fortalecer essa cadeia energética”, compara. “O hidrogênio verde segue o mesmo caminho da energia solar, que também era cara no início, mas a tendência é se tornar mais acessível com o tempo”, emenda o professor, que lecionou durante 33 anos na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo (RS), e conquistou prêmios internacionais nos Estados Unidos, Eslováquia e na Itália.

Visão de futuro – O CRT-SP tem trabalhado para gerar mais oportunidades de serviços aos técnicos com atribuições relacionadas às energias renováveis, bem como para conscientizá-los quanto à adoção de práticas sustentáveis no dia a dia da atividade.

Com a inauguração do Centro de Inovação e Valoração Profissional Técnica nas dependências do PIT SJC, um dos maiores complexos de ciência e tecnologia do país, a proposta é que os profissionais recebam capacitação gratuita – não somente sobre energia alternativa, mas de todas as modalidades inseridas no Sistema CFT/CRTs – a partir da parceria com empresas em geral. “A ideia do CRT-SP de ter um espaço no PIT SJC para capacitação, com tanta tecnologia, é fantástica”, avalia Elemar Schneider, conjecturando um acordo de cooperação entre os conselhos para propiciar cursos de capacitação específicos.

As tratativas estão em fase inicial, mas todos se mostram entusiasmados com as perspectivas; para tanto, várias áreas e setores estão sendo mobilizados no que tange às suas respectivas demandas e responsabilidades. Fato é que, quem ganhará com essa ação dinâmica e inovadora são os profissionais técnicos e a sociedade.

Texto: JD Morbidelli